Casa dos sobreiros
O nome da habitação reflete o papel fundamental que a vegetação autóctone teve durante o desenvolvimento do projeto. O terreno, em declive acentuado, é composto por um sobral já centenário, que se encontra na cota mais baixa. Como tal, a casa foi implantada de forma a usufruir da melhor exposição solar e também das vistas privilegiadas sobre as montanhas e vales da região – assim, a casa deveria estar em sintonia com a copa dos sobreiros, como se um jardim flutuasse no horizonte. A habitação estende-se num só piso, que acaba por ocupar quase toda a largura do terreno. A organização espacial é feita através de um eixo que separa a área privada da social. Este eixo é demarcado por um espelho de água que atravessa toda a casa, até se fundir visualmente com a piscina. Outro ponto de destaque são os efeitos de sombra e luz que enriquecem o interior. A composição da materialidade procurou associar materiais brutos e naturais, de modo a que se fundissem com a envolvente – betão, pedra, madeira e aço. No exterior, o betão aparente liga de forma despreocupada com o xisto natural e o aço corten, oxidado pelo tempo. No interior, a nogueira dá o conforto, estabelecendo relação cromática com o travertino romano do pavimento e o betão, novamente, do teto. O resultado é um projeto em harmonia com o seu contexto e que se afirma intemporal.