A intervenção contempla um empreendimento habitacional, constituído por 4 blocos com 6 pisos de habitação, num total de 75 fogos de tipologia T1 a T4, incluindo aparcamento automóvel num piso de cave e uma área de lazer exterior para uso privativo dos seus moradores.
Era intenção integrar na proposta algumas características presentes nas imediações, não descurando uma ideia própria de materialidade, criando um complexo com um caráter distinto, enquadrado na paisagem, valorizando-a e otimizando as condições de habitabilidade pretendidas. Com base neste pressuposto, o complexo desenvolve-se a partir de um embasamento que corresponde ao aparcamento automóvel, ao nível da via pública, e sobre este, um volume em forma de L, englobando toda a área habitacional. Esta forma permite orientar o edifício mais a nascente e a sul, privilegiando as vistas sobre o parque da cidade.
A implantação do edificado procurou proporcionar a maior privacidade aos apartamentos localizados no piso 01, afastando-se dos limites do lote e criando espaços ajardinados que propiciam uma barreira verde entre os apartamentos e os percursos exteriores imediatos.
Propõe-se a harmonização de cotas, não só para enquadramento da proposta com as parcelas existentes, como para criação dos percursos pedonais de acesso aos lotes, que se farão através de um jardim onde estão, também, previstos espaços de permanência, com carácter lúdico e de lazer, para usufruto dos moradores.
Os alçados nascente e sul, contemplam as aberturas de maior dimensão, tendo em conta que correspondem às áreas sociais, propondo-se varandas que permitem, assim, um uso exterior para todos os apartamentos.
No alçado norte, que contempla o programa mais privado das frações, as aberturas são de dimensão mais reduzida e organizam-se com uma métrica alternada, de cheios e vazios, imprimindo dinamismo às fachadas, acentuado por guarda corpos diferentes entre os vãos - variando entre a guarda metálica e as floreiras.
No alçado poente, que abriga o programa privado e ainda programa social, e numa intenção de coesão entre todas as fachadas, foram criadas varandas sobre a rua, mais contidas, mas com o mesmo conceito de colocação alternada de guardas.
No que respeita à materialidade do edifício, a proposta procura coerência com o existente, propondo o revestimento exterior em painéis compósitos de cor creme. Prevê-se o revestimento dos planos de parede mais recuados no mesmo material, mas com acabamento bronze. Apesar da configuração das varandas ser igual em todos os pisos (com exceção do piso térreo), os elementos metálicos - guardas e floreiras - serão posicionados de uma forma quase aleatória entre os vários pisos, conferindo ritmo às fachadas e à sua envolvente.